sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

PERGUNTAS QUE EU GOSTARIA QUE OS REPÓRTERES FIZESSEM

Neemias Félix

I. Sobre desarmamento:
1. Por que a insistência, no Brasil, das campanhas de desarmamento, se há provas inequívocas de que os índices de crimes com arma de fogo, ao contrário do que esperava, têm aumentado?
 Fonte: Mapa da Violência 2013, Centro de Estudos Latino-americanos.
 De 1980 a 2010, a população cresceu 60%; os crimes, 346,5%)

2. Na Suíça, quando um cidadão do sexo masculino completa 20 anos, recebe um rifle totalmente automático e treinamento para defender sua casa e sua família. Não seria interessante fazer isso no Brasil? Ah, sim, na Suíça o índice de criminalidade é apenas 1 (um), enquanto no Brasil é 25.
Fonte: Rich Wher, Courier Press, Evansville, Indiana, EUA.

3. O pesquisador Dr. John R. Lott constatou que nos estados americanos em que  as armas são proibidas a taxa de homicídios é mais que o dobro do índice de onde armas são proibidas. Por que, então, continuar desarmando a população brasileira depois de dados tão contundentes?
 Fonte: Os dados para o estudo foram obtidos de fontes oficiais do governo americano, em                  particular dos relatórios anuais do FBI sobre as taxas de crime, de 1977 a 1992 e                               estão no livro do “Mais Armas, Menos Crimes”, do dr. Lott.
   
Obs.: Nos EUA, a taxa de homicídios está em 5 para cada 100.000 
habitantes. Antes que perguntem, os acidentes caseiros com armas de  
 fogo são baixíssimos, quase desprezíveis, tanto lá quanto cá.

4. Por que as autoridades não fazem campanhas de desarmamento nas favelas?

5. Tiranos como Hitler, Stálin, Mao e Fidel Castro desarmaram a população para enfraquecê-la, enquanto esses ditadores ficavam armados até os dentes. Num país como o nosso, cada vez mais controlado pelo Estado, que se mete em tudo, não há receio de que isso também ocorra por aqui, para se instalar um governo totalitário?

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

ALCOOLISMO NADA TEM A VER COM “NÃO SABER BEBER”

Neemias Félix

Uma olhada nas cento e tantas curtidas e mais de trinta comentários da minha última postagem, levou-me a divulgar estas informações a respeito deste assunto sempre tão oportuno, que é o alcoolismo. Advirto que elas não têm caráter médico oficial, já que não tenho graduação nessa área e não sou nenhum especialista. São apenas o resultado da minha experiência de dez anos como bebedor compulsivo, das lições que aprendi no A.A. e dos trinta e três anos de sobriedade completados no último dia seis.

1. Ser ou não ser alcoólico não é uma questão de “saber ou não saber beber”. Quem dera fosse assim! O alcoolismo é uma doença reconhecida pela OMS e catalogada. É progressiva e incurável. Cerca de dez por cento da população apresenta uma predisposição para ser um dependente do álcool. Portanto, se a pessoa não tomar álcool durante toda a sua vida, jamais saberá se tinha a predisposição ou não.

2. Sendo o alcoolismo progressivo, é possível alguém beber durante anos e passar por “bebedor social”. Em certos indivíduos a doença pode se manifestar mais cedo, enquanto em outros só se manifesta depois de muitos anos.

3. Dois casos: a) Conheci um jogador de futebol que até os trinta anos não havia tocado em álcool. Começou a beber com essa idade e morreu seis anos depois. A doença foi devastadora: meu irmão o levava ao hospital e depois de alguns dias ele voltava para casa. Mesmo tomando remédios, ele mandava o filho comprar uma “meiota” escondido da esposa. b) Quando parei de beber, aos 28 anos, achava que um companheiro de cerveja não era alcoólico, pois bebíamos juntos desde os dezessete e ele era muito “controlado”, não dava sinais de ser alcoólico como eu. Uns dois anos atrás recebi a notícia de que ele também tinha se tornado dependente, ou seja, a doença se manifestou muito tempo depois.

4. Numa fase adiantada da doença, o livre-arbítrio, o controle, o “saber beber”, como dizem alguns, torna-se praticamente impossível. Pedir ao alcoólico para não beber é como pedir a um tuberculoso para não tossir – um milagre!

5. Ninguém começa tomando um litro de uísque ou uma grade de cerveja em apenas uma hora. Como disse, a doença é progressiva. O interessante é que muitos insistem em dizer que estavam tomando só uma cervejinha, umazinha só. E isso não é um problema de matemática.

6. O alcoólico quase nunca admite que tem um problema com a bebida. É a velha história: todo o mundo vê, menos ele, que deveria ser o mais interessado.

7. Preste atenção no bebedor de colchão de cetim. Pode ser um alcoólico, mas quase ninguém percebe, a não ser as pessoas muito próximas. É que ele tem sempre uns amigos para levá-lo para casa, quando o mundo começa a girar...

8. Atente também para o bebedor de gravata: elegantemente vestido, boa posição social... No fundo, um alcoólico, como qualquer pobre coitado dependente dessa droga lícita encontrável em todos os lugares.

9. Se a pessoa é alcoolista, não importa o grau da bebida que ele toma – uísque, cerveja, conhaque, cerveja preta... Álcool é álcool. Quando eu estava na ativa, andei trocando a cerveja comum (minha única bebida) por uma cervejota chamada Caracu, que diziam fazer bem à saúde. Certo dia bebi umas oito em menos de uma hora! Não tente se enganar. Um amigo meu, hoje juiz de direito, quando jovem balconista de uma farmácia, adorava ficar de plantão; assim podia se deleitar, à noite, com os volumosos vidros de Biotônico Fontoura de antigamente. O problema, é claro, não estava no Biotônico... No desespero, tem gente que bebe até perfume, depende da fase da doença em que o sujeito se encontre.

10. A fuga geográfica (mudar de cidade) não ajuda em nada o alcoólico. O problema está nele, não na cidade ou no lugar em que vive. O problema também não está nos amigos – uma desculpa dada pelas pobres mães para justificar o alcoolismo dos filhos; o problema está no bebedor, que ainda não reconheceu a doença, a dependência.

11. O alcoolismo pode atingir todo tipo de pessoa. Pobres, ricos, analfabetos e doutores, pretos e bancos, ateus e religiosos. No A.A. conheci padres e pastores com problemas de bebida. Um deles pediu autorização ao Vaticano para usar suco de uva em lugar de vinho para evitar o chamado primeiro gole. Um pequeníssimo cálice de licor ou um bombom que contenha álcool podem despertar o desejo de beber do adicto que está sóbrio há muito tempo.

12. O alcoolismo é uma doença social. A família do doente também adoece com ele. Tentar ajudar o dependente escondendo o problema e justificando suas faltas ao trabalho, por exemplo, só piora a situação.

13.  A Universidade Johns Hopkins elaborou um teste de quinze perguntas para uma pessoa detectar, por si mesma, se tem um problema de alcoolismo. Muitos dos chamados “bebedores sociais” se surpreenderiam com os resultados...

14. Parar de beber é a coisa mais fácil do mundo. Eu mesmo parei umas dez vezes (rsrs). Permanecer sóbrio num mundo em que a bebida está em todos os lugares como uma coisa normal e até necessária nas reuniões de todos os tipos é que é difícil. Antes de tudo, é preciso ter a humildade de reconhecer que se tem um problema e pedir ajuda. Hoje há pessoas, igrejas, instituições de todo tipo que prestam serviços preciosos de ajuda a quem quer alcançar a sobriedade. Aqui um destaque para os grupos de Alcoólicos Anônimos,  que há quase oitenta anos prestam um serviço gratuito e de grande valor à sociedade .

Espero que essas informações ajudem aqueles que precisam tomar consciência desse mal terrível.