Neemias Félix
Abro um jornal
da capital e lá está o editorial com o título exclamativo “Inaceitável!”.
Parece mais um brado de revolta, o que não é muito comum num tipo de texto que
geralmente prima pela sobriedade e equilíbrio. A razão da veemência é
justificável: a covardia de um assaltante que atirou na boca de um atendente de
farmácia, sem que este esboçasse qualquer intenção de reagir ao assalto.
É triste
reconhecer que a energia do editorial, ainda que com a força de um autêntico
libelo, é tímida e anódina em relação às ações que todos nós, repito, todos nós
devemos envidar para que esses absurdos parem ou, pelo menos, diminuam.
E a imprensa
tem um papel importantíssimo nesse empreendimento que tem o caráter de
verdadeiro patriotismo. Mais que isso, a imprensa tem o dever, no sentido
literal da palavra, de ser mais incisiva e atuante na restauração da ordem
deste país.
Se voltarmos
nossa atenção para o período que se seguiu ao contragolpe militar de 1964,
vemos, num primeiro momento, a grande imprensa apoiando os militares. Uma
posição correta, tal a bagunça generalizada promovida por Jango e aqueles que
queriam, como se sabe hoje, transformar o Brasil numa grande Cuba.
Que o governo
militar cometeu erros e excessos, ninguém pode negar. O que quase ninguém
percebeu é que, enquanto combatia a esquerda armada, esqueceu-se da desarmada e
até a protegeu, deixando-a controlar as instituições universitárias, culturais
e a própria mídia. É claro que isso permitiu a difusão das ideias esquerdistas
no Brasil. Esse foi o seu maior erro.
Com os
marxistas empoleirados em todas as instâncias do poder, desde as universidades
até as mais simples escolas de primeiro grau, a estratégia gramsciana de
reengenharia social correu solta e tomou conta das mentes brasileiras em
formação. Deu no que deu. A tomada do poder se consolidou definitivamente com a
ascensão de Lula e instituiu-se o “way of govern” lulopetista.
O que tem isso
a ver com a violência e a criminalidade? Ora, amigos, tudo. Os socialistas
fingem acreditar no mito rousseauniano do bom selvagem. Para eles o homem é bom, a sociedade é ruim; os pobres são
sempre bons; os ricos, sempre ruins. Não há pecado, pois, “do lado de baixo do
Equador”. Em consequência, as leis são sempre frouxas; sua execução, mais
frouxa ainda. Os criminosos são sempre os coitadinhos que não tiveram
oportunidade na vida, oprimidos que são pela “elite branca” e “os malditos
burgueses” defensores desse “capitalismo selvagem” avassalador.
Não se iludam,
ó foliculários, quando é que vão aprender? A grande maioria de vocês aceitou
tacitamente o “politicamente correto” e segue, à risca, o texto da cartilha
escrita por Lênin. Reconheço que muitos fazem apenas o papel reservado aos
“inocentes úteis”. Ignorância crônica, entretanto, torna-se desonestidade.
Vocês sabem
que socialistas só proliferam no caos, por isso precisam dividir a nação entre
pretos e brancos, héteros e gays, ricos e pobres, feministas e machistas. Vocês
sabem exatamente as perguntas que devem fazer às autoridades e não fazem. Da
postura que devem tomar. Vocês sabem exatamente quem, ou quais grupos, ou quais
partidos defendem a manutenção das penas ilusórias, a lei da palmada, a
inimputabilidade dos galalaus de dois metros de altura, os privilégios, a turma
do “não sabia”, o gayzismo, cujas ONGs receberam trinta milhões de reais do
governo em tão pouco tempo.
Vocês sabem quem
aparelha o Estado, quem desarma o cidadão de bem, mas não o bandido; quem quer
a descriminação do aborto, quem está a serviço de George Soros, dono da metade
da Colômbia, que espera sempre a maconha ser legalizada.
Vocês sabem
quem quer regulamentar a profissão de prostituta, quem apoia as marchas das
vadias e da maconha, quem torce o sentido da palavra homofobia e manipula dados
estatísticos; quem persegue os cristãos e quer destruir a família tradicional,
quem quer solapar as bases da cultura milenar judaico-cristã; quem subverte os
valores mais caros e sublimes da civilização, quem faz doutrinação marxifreireana
nas escolas; quem, sob a égide da educação sexual, imprime cartilhas pornográficas
e distribui nas escolas de primeiro grau; quem invade o sacrossanto ambiente
familiar para impor o Estadão Grande Irmão como legislador até das nossas
alcovas.
Vocês também
sabem quem é contra a construção de presídios, quem homenageia guerrilheiros terroristas
com nomes de ruas; quem aplaude companheiros condenados pela Justiça, quem se
empenha em inibir a ação armada das instituições
policiais, quem
apoia as invasões de propriedades públicas e privadas pelo MST, quem perdoa
dívidas de ditadores e tiranetes africanos, quem engendrou o decreto
bolivariano 8423, quem abriga terroristas internacionais.
Vocês sabem.
Ah, vocês sabem muito bem!
Eles têm nome,
sobrenome, sigla, endereço e CPF. Eu e vocês talvez tenhamos apenas uma preocupação
exagerada com a nossa reputação e uma boa dose de covardia. É preciso ir muito
além do “Inaceitável!”. Ainda que ele tenha a adição do ponto de exclamação. É
preciso mais ação.
Esta é a
contribuição que eu posso dar, além de ir às ruas algumas vezes, mas eu sou
apenas um cidadão comum. A mídia, dizem, é o quarto poder. Que o exerça, pois!