domingo, 25 de outubro de 2015

O BRASILEIRO E A DOLOROSA TAREFA DE RACIOCINAR

Neemias Félix

O brasileiro tem uma dificuldade enorme de raciocinar.

Debruçar-se sobre uma questão, analisá-la, ouvir argumentos diversos, coletar dados e confrontá-los para chegar a uma conclusão parece ser uma tarefa gigantesca, às vezes até dolorosa para esse povo movido a sentimentos e emoções, crendices e superstições.  Basta lembrar um dos bordões mais conhecidos e mais idiotas que circula por todo o país: “Futebol é emoção.” Aí vem uma seleção bem preparada, bem treinada, fria e determinada, que mete sete gols na gente. Nós ficamos com a emoção, o choro e a terrível humilhação; eles, com a vitória, a celebração e a taça.

Toda essa longa introdução para falar do problema do desarmamento e da revisão do famoso estatuto.

Os números (oficiais!) do Mapa da Violência são claros, secos e objetivos, tudo com base nos nove anos antes do Estatuto (até 2003) e nos mesmos nove anos depois dele (2004 a 2012):
               
Taxa de homicídios antes do Estatuto: 26,44
Taxa de homicídios depois do Estatuto: 26,80  (1,36% a mais)

O mínimo que se poderia esperar depois do Estatuto seria a diminuição da quantidade de armas nos homicídios. Nem isso se conseguiu. Veja os números:

Utilização de armas de fogo antes do Estatuto: 64,95%
Utilização de armas de fogo depois do Estatuto: 70,81% (aumento de 9%)

Qualquer povo com um mínimo de senso crítico e capacidade de raciocinar concluiria que o Estatuto não teve nenhuma eficácia naquilo a que se propôs e precisa ser mudado. Além disso, seus efeitos colaterais fragilizaram ainda mais a sociedade inerme e acuada.  Mas o brasileiro, não. Prefere ficar com os sentimentos, o romantismo, os ditos sem reflexão, os lugares-comuns e deixar-se emprenhar pelos ouvidos com os chavões que os socialistoides incutiram e incutem até hoje nas mentes pouco dadas à crítica racional. Aqui estão alguns deles:

“Violência só gera violência.”
“Para que serve uma arma de fogo, senão para matar?”
“Se o pai não tivesse uma arma em casa, a pobre criança não teria matado o coleguinha...”
“A única arma que o cristão deve usar é a Bíblia...”


Realmente, é muito difícil botar alguma lógica e inteligência na cabeça de um povo assim...

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

“INACEITÁVEL”, SIM, MAS É PRECISO MAIS AÇÃO!

Neemias Félix

Abro um jornal da capital e lá está o editorial com o título exclamativo “Inaceitável!”. Parece mais um brado de revolta, o que não é muito comum num tipo de texto que geralmente prima pela sobriedade e equilíbrio. A razão da veemência é justificável: a covardia de um assaltante que atirou na boca de um atendente de farmácia, sem que este esboçasse qualquer intenção de reagir ao assalto.

É triste reconhecer que a energia do editorial, ainda que com a força de um autêntico libelo, é tímida e anódina em relação às ações que todos nós, repito, todos nós devemos envidar para que esses absurdos parem ou, pelo menos, diminuam.

E a imprensa tem um papel importantíssimo nesse empreendimento que tem o caráter de verdadeiro patriotismo. Mais que isso, a imprensa tem o dever, no sentido literal da palavra, de ser mais incisiva e atuante na restauração da ordem deste país.

Se voltarmos nossa atenção para o período que se seguiu ao contragolpe militar de 1964, vemos, num primeiro momento, a grande imprensa apoiando os militares. Uma posição correta, tal a bagunça generalizada promovida por Jango e aqueles que queriam, como se sabe hoje, transformar o Brasil numa grande Cuba.

Que o governo militar cometeu erros e excessos, ninguém pode negar. O que quase ninguém percebeu é que, enquanto combatia a esquerda armada, esqueceu-se da desarmada e até a protegeu, deixando-a controlar as instituições universitárias, culturais e a própria mídia. É claro que isso permitiu a difusão das ideias esquerdistas no Brasil. Esse foi o seu maior erro.

Com os marxistas empoleirados em todas as instâncias do poder, desde as universidades até as mais simples escolas de primeiro grau, a estratégia gramsciana de reengenharia social correu solta e tomou conta das mentes brasileiras em formação. Deu no que deu. A tomada do poder se consolidou definitivamente com a ascensão de Lula e instituiu-se o “way of govern” lulopetista.

O que tem isso a ver com a violência e a criminalidade? Ora, amigos, tudo. Os socialistas fingem acreditar no mito rousseauniano do bom selvagem. Para eles o  homem é bom, a sociedade é ruim; os pobres são sempre bons; os ricos, sempre ruins. Não há pecado, pois, “do lado de baixo do Equador”. Em consequência, as leis são sempre frouxas; sua execução, mais frouxa ainda. Os criminosos são sempre os coitadinhos que não tiveram oportunidade na vida, oprimidos que são pela “elite branca” e “os malditos burgueses” defensores desse “capitalismo selvagem” avassalador.

Não se iludam, ó foliculários, quando é que vão aprender? A grande maioria de vocês aceitou tacitamente o “politicamente correto” e segue, à risca, o texto da cartilha escrita por Lênin. Reconheço que muitos fazem apenas o papel reservado aos “inocentes úteis”. Ignorância crônica, entretanto, torna-se desonestidade.

Vocês sabem que socialistas só proliferam no caos, por isso precisam dividir a nação entre pretos e brancos, héteros e gays, ricos e pobres, feministas e machistas. Vocês sabem exatamente as perguntas que devem fazer às autoridades e não fazem. Da postura que devem tomar. Vocês sabem exatamente quem, ou quais grupos, ou quais partidos defendem a manutenção das penas ilusórias, a lei da palmada, a inimputabilidade dos galalaus de dois metros de altura, os privilégios, a turma do “não sabia”, o gayzismo, cujas ONGs receberam trinta milhões de reais do governo em tão pouco tempo.

Vocês sabem quem aparelha o Estado, quem desarma o cidadão de bem, mas não o bandido; quem quer a descriminação do aborto, quem está a serviço de George Soros, dono da metade da Colômbia, que espera sempre a maconha ser legalizada.

Vocês sabem quem quer regulamentar a profissão de prostituta, quem apoia as marchas das vadias e da maconha, quem torce o sentido da palavra homofobia e manipula dados estatísticos; quem persegue os cristãos e quer destruir a família tradicional, quem quer solapar as bases da cultura milenar judaico-cristã; quem subverte os valores mais caros e sublimes da civilização, quem faz doutrinação marxifreireana nas escolas; quem, sob a égide da educação sexual, imprime cartilhas pornográficas e distribui nas escolas de primeiro grau; quem invade o sacrossanto ambiente familiar para impor o Estadão Grande Irmão como legislador até das nossas alcovas.

Vocês também sabem quem é contra a construção de presídios, quem homenageia guerrilheiros terroristas com nomes de ruas; quem aplaude companheiros condenados pela Justiça, quem se empenha em inibir a ação armada das instituições
policiais, quem apoia as invasões de propriedades públicas e privadas pelo MST, quem perdoa dívidas de ditadores e tiranetes africanos, quem engendrou o decreto bolivariano 8423, quem abriga terroristas  internacionais.

Vocês sabem. Ah, vocês sabem muito bem!

Eles têm nome, sobrenome, sigla, endereço e CPF. Eu e vocês talvez tenhamos apenas uma preocupação exagerada com a nossa reputação e uma boa dose de covardia. É preciso ir muito além do “Inaceitável!”. Ainda que ele tenha a adição do ponto de exclamação. É preciso mais ação.

Esta é a contribuição que eu posso dar, além de ir às ruas algumas vezes, mas eu sou apenas um cidadão comum. A mídia, dizem, é o quarto poder.  Que o exerça, pois!