Neemias Félix
Há um tipo de atitude que está faltando nas discussões que
correm o Brasil inteiro. Essa atitude se expressa nesta frase de quatro
palavras: "Nisso ele tem razão". Ela é também o reconhecimento de um
fato simples: não precisamos excluir uma pessoa totalmente das nossas relações,
reais ou virtuais, por não concordarmos cem por cento com suas ideias.
Tenho percebido esses "gelos"
principalmente nas discussões facebookianas. Pode-se ver claramente isso quando aquele
"amigo" assíduo já não visita a sua página nem mesmo para curtir uma
postagem neutra que não geraria polêmica nenhuma.
Ora, quem é perfeito neste mundão de tantas diferenças e tão variadas ideias?
No entanto, na primeira rusga, lá
estamos nós a ignorar e até mesmo a excluir alguém porque não concordamos com
as suas opiniões.
Pode-se não concordar, por exemplo,
com os gritos ou com os métodos de arrecadação de um cara como o Silas
Malafaia. Tudo bem. Mas, se você é cristão católico ou evangélico, não pode
deixar de reconhecer a coragem que ele tem de enfrentar as feras sedentas do
sangue inocente dos abortivos, além dos apologistas da sodomia.
Já fui xingado de burro,
indiretamente, num vídeo do padre Paulo Ricardo, mas não posso negar o seu
valor quando ele discorre sobre marxismo cultural e instrui milhões de
brasileiros anestesiados por meio século de propaganda esquerdista. Digo mais:
sairia tranquilamente ao seu lado, numa manifestação em prol da liberdade, da
família ou de qualquer causa que nos una.
É claro que há ideias e opiniões
frontalmente contrárias a um mínimo de razoabilidade, assim como há fatos tão
obviamente ululantes que não podem ser negados, sob pena de sermos tachados de
insensatos. A burrice crônica e renitente é quase como o pecado contra o
Espírito Santo, tal a sua gravidade. Entretanto, para os mais afoitos em
desprezar os que pensam diferente, seria bem-vinda uma atitude de
reconhecimento assim : "Não concordo com tudo o que ele diz, mas... NISSO
ELE TEM RAZÃO."