quinta-feira, 30 de abril de 2015

NISSO ELE TEM RAZÃO...

Neemias Félix

Há um tipo de atitude que está faltando nas discussões que correm o Brasil inteiro. Essa atitude se expressa nesta frase de quatro palavras: "Nisso ele tem razão". Ela é também o reconhecimento de um fato simples: não precisamos excluir uma pessoa totalmente das nossas relações, reais ou virtuais, por não concordarmos cem por cento com suas ideias.

Tenho percebido esses "gelos" principalmente nas discussões facebookianas. Pode-se ver claramente isso quando aquele "amigo" assíduo já não visita a sua página nem mesmo para curtir uma postagem neutra que não geraria polêmica nenhuma. 

Ora, quem é perfeito neste mundão de tantas diferenças e tão variadas ideias?
No entanto, na primeira rusga, lá estamos nós a ignorar e até mesmo a excluir alguém porque não concordamos com as suas opiniões.

Pode-se não concordar, por exemplo, com os gritos ou com os métodos de arrecadação de um cara como o Silas Malafaia. Tudo bem. Mas, se você é cristão católico ou evangélico, não pode deixar de reconhecer a coragem que ele tem de enfrentar as feras sedentas do sangue inocente dos abortivos, além dos apologistas da sodomia.

Já fui xingado de burro, indiretamente, num vídeo do padre Paulo Ricardo, mas não posso negar o seu valor quando ele discorre sobre marxismo cultural e instrui milhões de brasileiros anestesiados por meio século de propaganda esquerdista. Digo mais: sairia tranquilamente ao seu lado, numa manifestação em prol da liberdade, da família ou de qualquer causa que nos una.

É claro que há ideias e opiniões frontalmente contrárias a um mínimo de razoabilidade, assim como há fatos tão obviamente ululantes que não podem ser negados, sob pena de sermos tachados de insensatos. A burrice crônica e renitente é quase como o pecado contra o Espírito Santo, tal a sua gravidade. Entretanto, para os mais afoitos em desprezar os que pensam diferente, seria bem-vinda uma atitude de reconhecimento assim : "Não concordo com tudo o que ele diz, mas... NISSO ELE TEM RAZÃO."


terça-feira, 14 de abril de 2015

ANOTAÇÕES POLITICAMENTE INCORRETAS DE COMBATE A CLICHÊS POLITICAMENTE CORRETOS

Neemias Félix 

DIÁLOGO IMPERTINENTE
Alto clérigo:
- Diminuir a idade da maioridade penal não resolve o problema da violência.
Cidadão comum:
- Não quero resolver problema algum nem acabar com a violência. Isso é impossível, já que é decorrente da queda do homem e de sua natureza decaída. Eu só quero que o bandido de dezessete anos que me assaltou nove vezes não me assalte pela décima vez e não me faça amputar a outra perna por causa de outro tiro.
Alto clérigo:
- Devemos fazer justiça, não vingança.
Cidadão comum:
- É o que eu quero também, mas o safado que estuprou minha filha estava se vingando de quem? Essa frase devia ser dita pra ele, não pra mim. Deixar o bandido mais tempo afastado das pessoas de bem fará diminuir, sim, o número de assaltos que ele poderia praticar e as prováveis mortes que ele poderia causar.
Alto clérigo:
-Devemos viver e promover a paz.
Cidadão comum:
- É o que eu sempre fiz quando trabalhava honesta e pacificamente na minha loja. Essa frase devia ser dita para o bandido que me assaltou dezoito vezes e me deu um tiro na boca. Mas, tudo bem, diga isso a ele quando assaltar a sua casa.
Alto clérigo:
- É preciso ressocializar antes de punir; dar educação, trabalho.
Cidadão comum:
- Humhum, também acho. Ressocializar o cara que pratica pequenos furtos, que furta comida porque está com fome, que furta remédio pra socorrer a mãe doente... O sujeito que mata o adolescente pra roubar um tênis de marca tem que pegar cadeia braba. Aliás, ressocializar quem quer ser ressocializado, dar educação a quem quer se educar, dar trabalho a quem quer trabalhar, né? Tem gente que não acha essas coisas importantes...
Alto clérigo
- Você não entende, a dívida social é muito grande...
Cidadão comum

- Se é, na época ninguém me chamou pra comprar nada; aliás, tem dívida que fizeram por aí quando nem meu tataravô era nascido. Ora, se eu não consigo pagar nem as dívidas atuais, como posso pagar as que existem há centenas de anos e eu nem sei quem fez? Ô reverendo, tem dó, né... Trabalho duro desde os nove anos de idade e tenho uma família, que sustento com muita dificuldade. Acho que o senhor é que tinha que me arranjar algum pra pagar as minhas dívidas. Até logo e bença...