Neemias Félix
A melhor tática para se desqualificar uma denúncia
muito bem fundamentada é depreciá-la usando o termo teoria da conspiração. A coisa funciona porque às vezes a verdade é
tão verdadeira, tão chocante, que parece mentira. Não que a tal teoria não
exista também. Existe, sim, basta lembrar, entre tantas, a do Elvis Não Morreu e outra que envolve o
assassinato de John Kennedy.
A teoria da
conspiração é aquela misteriosa, em que tudo é muito perigoso, vago e
secreto. Ela é capaz de criar uma mente circunspecta e paranoica que olha para
todos os lados com desconfiança, sempre enxergando uma trama secreta por trás
de qualquer acontecimento, ainda que não se tenha prova de nada.
O problema é que algumas supostas teorias da
conspiração eram, na verdade, conspirações mesmo, como é o caso do Foro de São
Paulo, criação conjunta dos camaradas Fidel Castro e Lula. Como se sabe, um dos
primeiros a esgoelar e denunciar essa trama urdida sob as barbas das
autoridades brasileiras, foi o filósofo Olavo de Carvalho. Os grandes jornais
fizeram vistas grossas para esse congresso, que tinha no palco pessoas que
mereciam um pouco mais de atenção, como Raúl Reyes, comandante das Farc,
organização responsável por 40% do comércio de drogas na Colômbia, entre outras
peças finas.
Hoje todo mundo fala do Foro, cujas resoluções
determinaram a eleição de Lula e de Chàvez em seus respectivos países e a
expansão do socialismo na América Latina. Hoje essas resoluções podem ser
vistas por qualquer estudante de primeiro grau nas Atas do Foro, no site www.midiasemmascara.org. Nos anos noventa,
tudo isso era teoria da conspiração. Agora se sabe porque as coisas estão como
estão.
Para quem raciocina por clichês socialistas
sub-repticiamente inoculados na mente de quem não gosta de pesquisar, para quem
gosta de repetir chavões como “teoria da
conspiração”, “de direita”, “PIG”, “reacionário” e “conservador”, bom seria prestar um pouco mais de atenção a certas
fumaças que andam por aí. Na base delas pode ter fogo. E vermelho.
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